quinta-feira, 10 de março de 2011

Testemunhos de caminho...


Tentar traduzir em palavras o que se sente e vive em jornada não é uma tarefa muito fácil, mas vou tentar fazê-lo.
Por vezes, ou quase sempre, na agitação quotidiana da nossa vida em que o ritmo é acelerado, a correria é tal que há que cumprir horários e obrigações no trabalho, em casa, e ainda outros compromissos, os dias passam e, nesta turbulência, a reflexão introspectiva sobre nós mesmos e o que/quem nos rodeia parece ser uma tarefa difícil de cumprir e vai ficando discretamente para trás, face a todos os afazeres diários. Assim, sendo a felicidade o objectivo máximo para a realização de cada um ,o que fazer para ser feliz? Parece que não há disponibilidade para pensar numa resposta a esta pergunta e vai-se "vivendo um dia de cada vez".
Dia 12 de Junho de 2010, para mim e muitos outros, esta correria ficou em "modo pausa". O Monsenhor Bastos partiu para a casa d'O Pai e, apesar de toda a tristeza e saudade que a morte de alguém querido provoca, faz-me sempre questionar o sentido da vida enquanto seres humanos que somos...
Estava na Igreja de S. Pedro nessa noite, quando o Pe. Moisés aparece e logo um grupo de jovens se aproxima para rezar o terço. Ali rezámos o terço em conjunto, para mim era a primeira vez, foi assim o início da minha jornada.
Se me perguntarem o que me motiva a participar nesta caminhada, a minha resposta é que o sentido da vida, enquanto Pessoa, é o Amor. o Amor por nós próprios e pelos outros. A vida só tem sentido porque existimos em comunhão com O Outro, e é nesta relação interactiva que descobrimos o Amor e cuidamos uns dos outros. Assim, se o que dá sentido à vida é o Amor e se Deus é Amor, então o que dá sentido à nossa vida é Deus. É na busca de encontrar Deus todos os dias na minha vida e na entrega ao próximo, que me proponho a esta peregrinação. Como disse o Pe. Carlos Caetano na XXV, peregrinar "é deixar de dar tempo às coisas urgentes, para dar tempo às coisas importantes". E é na certeza de que a alegria de viver está no dar e dar-se, que "roubo" tempo às obrigações diárias da minha vida, para dar tempo ao encontro com Deus.
Relativamente à experiência da jornada, sinto uma agradável surpresa e um feliz contentamento em perceber que no universo de jovens que estamos em jornada, apesar da individualidade de cada um neste conjunto diversificado de pessoas, Deus unifica-nos no amor, na fé e na caridade. e isto concretiza-se na adesão e participação a cada dia 12, nas vendas, nas missões de rua... parece que "há qualquer coisa em nós que nos faz querer.... acreditar/ ser alguém".
Na certeza de que chegar ao destino da jornada não significa conclui-la, há muitos caminhos por percorrer. As estradas estão desertas, há peregrinos no caminho?
Abraço, até dia 12!
Catarina Ângelo

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